Mano Menezes se irrita com perguntas e troca polidez por "estilo Dunga
Há pouco mais de um ano no cargo de técnico da seleção brasileira, o sempre paciente Mano Menezes começa a dar sinais de irritação com algumas perguntas, algo que marcou alguns dos seus antecessores, especialmente o último deles, Dunga.
Na entrevista coletiva desta quinta-feira (22), no Rio de Janeiro, o treinador, apesar de não ter estourado, distribuiu algumas respostas atravessadas, coisa frequente na "era Dunga".
Ao menos em três oportunidades Mano demonstrou claro descontentamento. O primeiro tema que o aborreceu foi em relação à convocação de Hernanes para os amistosos contra Costa Rica e México, em outubro.
O meio-campista da Lazio (ITA) não era chamado desde fevereiro, quando foi expulso ainda no primeiro tempo do duelo contra França, em que o Brasil perdeu por 1 a 0. O boato de que não engolira o cartão vermelho e teria dado uma “suspensão” ao volante irritou o técnico.
- Às vezes, tenho a impressão de que falo com as paredes. Não dei suspensão ao Hernanes, mas se falou nisso durante muito tempo. Jamais faria isso, não é da minha linha.
Em seguida, outro assunto que tem tirado o treinador do sério entrou em pauta novamente: as convocações de jogadores do Shakhtar Donetsk (UCR). Desta vez, Fernandinho foi o relacionado.
- Não tenho culpa do desconhecimento das pessoas. O Shakhtar tem uma grande quantidade de jogadores brasileiros, todos de excelente qualidade. Nós fomos pentacampeões mundiais sub-20 esse ano. Antes, no tetra, o Fernandinho fez o gol do título. Ele tem história na seleção. Sou atento e fui resgatá-lo.
Por fim, um tema novo, mas que surpreendeu Mano Menezes, que não escondeu a indignação. O técnico foi perguntado se o fato de não chamar nenhum atleta do Corinthians para os amistosos contra Costa Rica e México poderia deixá-lo pressionado no cargo.
- Tem de ter jogador do Corinthians? No meu contrato não diz nada disso. Não levei o Ralf porque acredito que o Sandro [Tottenham] reúne mais condições para o que penso para 2014. Temos de parar com isso. Não é assim que se trabalha. Vamos pensar que temos gente séria no nosso futebol trabalhando. Não é possível que sempre tenha coisa ruim.