A conturbada negociação entre o volante Marino, um dos destaques do Icasa na Série B do Brasileiro, e o Atlético-GO pode ganhar novos capítulos nos próximos dias e impedir a estreia do atleta com a camisa do Dragão pelo Brasileirão. Além de não entrar em campo pelo time goiano, o jogador pode ser punido pela Fifa e ficar três anos afastado dos gramados.
 

O CENE-MS, equipe que disputou a Série D do Brasileiro e participante na formação do atleta, requer por meio do Poder Judiciário o valor referente à 30% da venda de 10% do passe, porém os valores não foram revelados, sendo os outros 90% divididos entre a empresa Eduardo Ananias Gonçalves de Lima Esportes – ME, detentora de 50% e o clube goiano com 40%. No entanto, Marino se apresentou ao seu novo time sem repassar o valor a que o Furacão Amarelo tem de direito baseado no Estatuto de Transferências de Jogadores da Fifa, criado em 2001.
 

De acordo com fontes ligadas às partes, que preferiram não se identificar, o volante acredita que o time sul-matogrossense não teria direito ao repasse do valor negociado de seu passe, logo o diretor de futebol do Atlético, Adson Batista, sugeriu a intermediação do agente Márcio Mello na negociação para que pudesse conseguir a liberação do jogador junto ao Icasa.
 

A fonte também afirma que tanto Mello quanto Marino acreditam que os documentos pertinentes à transferência devidamente assinados pelo atleta, empresa de representação esportiva, advogado do Dragão e do presidente da agremiação goiana, Valdivino José de Oliveira, não teriam valor suficiente para prosseguir a negociação. Logo, o ex-atleta do Verdão do Cariri formalizou outra documentação sob orientação do intermediário sugerido por Batista.
 

Antes de vestir a camisa do clube cearense, Marino atuou com a camisa do PAEC, atual Audax São Paulo, no Campeonato Paulista da Série A2 com o técnico Luiz Carlos Martins, atualmente no São Bernardo, e depois com a ida do comandante para o Oeste de Itápolis migrou para a equipe do interior de São Paulo, onde conquistou o título do interior e tinha contrato com o Rubrão até o dia 12 de março de 2012.
 

Porém, no dia 12 de setembro, três dias após sua última partida pelo time de Juazeiro do Norte no empate, por 1 a 1, contra a Ponte Preta, o atleta poderia assinar pré-contrato com qualquer clube com a participação do CENE, Oeste e a empresa gestora Eduardo Ananias. Sem perder tempo o volante assinou sua transferência pelo período de três anos com o Atlético-GO. Também interessados no futebol do atleta, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo e Grêmio manifestaram o interesse, mas apenas a Raposa fez proposta no valor de R$ 800 mil pelos direitos do volante ao Dragão, que não o liberou.
 

A reportagem consultou fontes com experiências em casos como este e chegou a conclusão que Marino, 25 anos, pode ser punido por três anos caso persista em não repassar a porcentagem a qual o Centro Esportivo Nova Esperança tem direito. Além da consulta, a reportagem, via telefone, entrou em contato com todos os envolvidos, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.