A escolha de Belo Horizonte como sede do evento para marcar a contagem regressiva de mil dias para a Copa do Mundo serviu para a Fifa enviar alguns recados.

Ao Rio de Janeiro foi endereçada pressão pura. Apesar de ser a cidade preferida de Joseph Blatter e Ricardo Teixeira, levou um puxão de orelhas e ficou sem o evento. Um aviso para que solucione de vez as greves de operários no Maracanã. O desejo da Fifa é que as autoridades do Rio acreditem que o município não tem nada garantido no Mundial. Difícil de colar.

São Paulo foi simplesmente ignorada. Membros do Comitê Paulista nem sabiam do show dos mil dias. É como se a Fifa voltasse a dizer o que já falou nos bastidores: não seria absurdo a Copa acontecer sem a participação da capital paulista. Ou sem eventos de maior importância na terra da garoa. Também foi uma forma de manter os governantes estimulados a colaborar.

De quebra, a opção por BH evita um problema político. Dá um prêmio para cidade que tem sido a mais eficiente no cumprimento da gincana da Copa do Mundo. E faz um carinho em Aécio Neves, amigo do presidente da CBF e do COL. Assim, o político mineiro evita o risco de ouvir que, apesar da cumplicidade com o cartola, não consegue atrair os holofotes para Minas Gerais.