A busca em Salvador é pelos três pontos. Mas um empatezinho em 0 a 0, embora já não seja considerado um grande resultado na disputa por vaga na Libertadores, pode trazer um recorde histórico para o clube. Se Bruno não buscar a bola na rede nesta quarta, contra o Vitória, a defesa do Flamengo vai exterminar a marca do time de 1974, que, com Cantarelli no gol, ficou os mesmos seis jogos atuais invicta.

O camisa 1, porém, deve agradecer a Diego, seu reserva, que contra o Inter manteve o gol intacto, quando Bruno estava suspenso. Ao todo, ele já está há 463 minutos sem levar gol. Só que ainda bem longe dos quatro primeiros nesse quesito: Jairo, em 1974, pelo Corinthians, com 1.132; Leão, em 1973, pelo Palmeiras, com 1.057; Rogério Ceni, em 2007, do São Paulo, com 988; e Acácio, em 1988, pelo Vasco, 915 minutos.

Outro detalhe é que, em termos de marca pessoal, Bruno não chegaria a Cantarelli imediatamente após esse duelo. Faltariam 32 minutos, que podem ser feitos contra o São Paulo.

A consistência do sistema armado por Andrade é apontada como o principal fator para impedir os atacantes adversários de marcarem gols. A cada pergunta a respeito, jogadores e comissão técnica lembram a entrega do grupo.

– Nós nos cobramos muito e estamos de parabéns. Sei que se a marcação não começar por mim, vou complicar o pessoal. Vale também o incentivo do pessoal de trás, que tem gritado muito. É gostoso sair de campo esgotado, mas sabendo que o objetivo foi alcançado – revelou Zé Roberto.

Integrante de uma época rubro-negra em que estufar a rede era muito mais importante, o técnico indicou um paralelo interessante.

– Espero que ampliemos, mas não vivemos isso, porque tomávamos muitos gols mesmo. Eram vitórias de 4 a 2, 5 a 3... Não é que não havia importância, mas a parte tática mudou muito – explicou ele, com a assinatura de quem sabe. E muito.