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Presidente da ABCD critica fechamento dos clubes de futebol para imprensa

por Tiago Di Araujo em 10 de Abril de 2017 00:00

No dia do jornalista, a Associação Baiana de Imprensa (ABI) homenageou 50 cronistas desportivos baianos, de diferentes veículos de comunicação da Bahia. A cerimônia aconteceu na sede do órgão, no Centro Histórico, na manhã desta sexta-feira (7), e contou também com a participação do presidente da Associação Baiana de Cronistas Desportivos (ABCD), Márcio Martins. 
 
Em entrevista ao Bocão News, o radialista falou sobre a comemoração da data e os desafios enfrentados pelos profissionais no dia-a-dia. Martins aproveitou para criticar, o que ele chamou de "fechamento dos clubes para imprensa", e avaliou que hoje é o pior momento do rádio esportivo na Bahia.
 
Confira a entrevista completa
 
Em 2017, você enxerga o dia do jornalista como um dia de comemoração?
 
- De qualquer forma, eu acho que a gente tem um longo caminho a percorrer. Muitas mudanças aconteceram, mas não deixa de ser um dia para você reunir os jornalistas para discutir os rumos de uma categoria que vem sofrendo algumas lesões, digamos assim, desde a falta de reconhecimento de diploma, desde fechamento de jornais, e desde também da criação de outros tiposa de mídia, de entretenimento, de conteúdo, como a internet. Mas, de qualquer forma, a gente sempre tem um momento para discutir isso e hoje eu acho que é a reflexão de tudo, mas acima de tudo um momento de reencontrar pessoas. 
 
Como um representante dos cronistas desportivos, qual sua visão sobre a homenagem?
 
- Eu acho que é mais um reconhecimento e agradecimento pelo que as pessoas fizeram pelo esporte. Então, por isso que indicamos 50 profissionais, apesar de alguns já terem deixado o rádio ou o jornal, mas outros continuam, e todos colaboraram muito para o esporte, fizeram o esporte crescer, deram sua contribuição, desde início dos jornais esportivos até hoje com o conteúdo atual. Estamos fazendo aqui algo para mostrar o nosso agredecimento e a nossa satisfação deles terem contribuído para o esporte. 
 
Na área do jornalismo do esportivo, o que você acha que ainda falta e o que pode destacar como grande ganho?
 
- Eu acho que as novas oportunidades. Estamos tendo um direcionamento novo para o esporte, a condição de trabalho tem melhorado bastante. Por outro lado, eu vejo com muita tristeza, o fechamento dos clubes para imprensa esportiva, as novas determinações do futebol brasileiro, que estão fechando cada vez mais as portas para coberturas diárias do futeol. Apesar disso, estamos enfrentando com união de todos. Se não fossem as associações estaduais e as nacionais, a gente já teria sofrido muito mais perdas, que parte primeiramente dos clubes e vai até à CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que atende os pedidos dos clubes. Então, hoje está muito mais difícil cobrir uma equipe de futebol do que há dez ou quinze anos. 
 
Esse fechamento motivou muitas demissões na área?
 
- Aqui na Bahia já tivemos nove equipes cobrindo futebol, viajando e tudo mais. Hoje em dia a gente tem quatro ou cinco, no máximo que seis, que não cobrem habitualmente, que não tem programas diários, outras tem, mas a cobertura de esportiva de ir para o estádio, de viajar com o clube, está se acabando. Isso porque hoje a CBF limita entrevistar somente um jogador nos intervalos dos jogos para TV que paga os direitos, aí só depois no final do jogo, que está liberado, ainda assim com muitas limitações. Então, isso tem contribuído para diminuição do trabalho das equipes esportivas. As equipes deixam de viajar porque não tem mais fundamento. É melhor gravar a entrevista coletiva e mandar pela internet para rodar na rádio. Tem diminuído o campo de trabalho. Hoje pra mim é um dos piores momentos do rádio esportivo na Bahia, porque temos fechados portas, emissoras têm deixado de fazer futebol e hoje tem uma grande quantidade de jornalistas esportivos desempregados. 
 
Mesmo assim, você ver com bons olhos o futuro da área?
 
- Vejo. Mas, vejo com um direcionamento diferente, com rádios web, programas na internet. Eu vejo que estamos caminhando para um lado que não vamos perder a essência do rádio, do jornal impresso. Acho que vamos abrir caminhos pela frente que serão muito bons pra gente. 

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