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Nivelando por baixo

por Tarso Duarte em 29 de Março de 2016 09:32


A exemplo do que acontece quando se olha para a Seleção Brasileira, e se vê Dunga como técnico, é deprimente atestar como segue triste e sem visão algumas atitudes dos homens que dirigem o futebol baiano.
 
Sim, o assunto é a transferência de Victor Ramos, grande esperança para que o Flamengo de Guanambi volte a disputar o Campeonato Baiano após ser derrotado por 3 a 0 no Barradão.
 
Que o Flamengo de Guanambi, no momento da derrota, busque se ater a meios que possam manter o time na principal competição que disputa, é até compreensível. Mas daí, ao presidente do Esporte Clube Bahia buscar, e fazer alarde com esta atitude, assegurando que vai se juntar aos times do interior para tirar o arquirrival da competição, por conta da contratação de um jogador, existe uma distância, muito, muito grande.
 
Se caso o Bahia em algum momento se sentiu prejudicado com o que acontecia, que buscasse as informações sobre o que havia acontecido para VR3 atuar, ao invés de incitar a rivalidade entre os clubes colocando em cheque um já falido e sem graça Campeonato Baiano.
 
Ora, em uma competição em que geralmente a dupla BaVi tem dificuldades para encontrar adversário com um mínimo de qualidade, é praticamente um tiro no pé querer utilizar uma contratação como motivo para eliminação de um rival.
 
De novo, se o Bahia continuasse se sentindo prejudicado após ter acesso às documentações, que entrasse na Justiça desportiva como parece ter a intenção de fazer. Mas se o Vitória buscou a FBF durante todas as etapas da transferência, como o clube vai aceitar deixar a única competição que disputou nos últimos três meses por colocar em campo um atleta que já treina no Barradão há mais de um mês?
 
Curioso é que a estreia do atleta já estava agendada há uma semana, mas só foi colocada em cheque quando o confronto contra o Fla de Guanambi teve início. Quem tinha essa informação/dúvida guardou muito bem guardada.
 
Alguns já falaram que se fosse ao contrário, o Vitória teria feito o mesmo, através do presidente Raimundo Viana ou outro dirigente qualquer. Se fizessem, seriam ridículos da mesma forma, prejudicar seu maior rival não é a solução para ser maior. Talvez para parecer maior, até seja.
 
O mandatário do Vitória, aliás, já errou em dar declarações dizendo que o Bahia está com medo, na minha avaliação. Se continuarem insistindo nestes bate-bocas, e geralmente justamente pelo Campeonato Baiano, rubro-negros e tricolores jamais terão a oportunidade de se colocar entre os maiores do país. 
 
Com o mandato de Raimundo Viana terminando, a escolha de Sant’Ana foi encerrar a política de boa vizinhança vitorioso vovô Mundico, se é que isso algum dia existiu. Por que a escolha foi essa é que não dá para entender.
 
O presidente do Bahia, aliás, deveria se preocupar mais com o time que nesta temporada tem obrigação de colocar o Esquadrão na primeira divisão. Administrativamente o clube parece saudável, mas o slogan ‘A vez do Futebol’ foi manchado com o não acesso em 2015, em uma Série B fácil. É em consertar alguns erros que parecem ter sido corrigidos, como as laterais. O time continua sem criação e precisando de um camisa 5 para arrumar o setor. Na defesa central a preocupação é grande.
 
O planejamento para a coluna desta semana era elogiar o aprendizado tanto da diretoria do Bahia quanto da do Vitória neste início de temporada. Os dois estão conseguindo se reforçar de acordo com as competições nacionais que irão disputar. Thiago Ribeiro é uma grande contratação para a Série B. Um ataque que ainda tem Luisinho e Hernane Brocador impõe respeito em qualquer adversário da segunda divisão.
 
Infelizmente, a vaidade, aquela mesma que tirou Pittoni do time titular e transformou o paraguaio em uma sombra no Fazendão, que talvez tenha sido decisiva para a perda de Kieza para o maior rival, entrou em campo mais uma vez.
 
De esperança para que o futebol baiano pudesse se fortalecer, Sant’Ana está pecando justamente por ter atitudes, que só nos lembram de um passado que queremos esquecer.
 
De novo, é deprimente.
 
Torcida e estrutura à disposição para rivalizar com gaúchos e mineiros, por exemplo, nós temos. Faltam menos atitudes de torcedores travestidos de dirigentes, que colocam em cheque o próprio produto que vendem.


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