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Depois da torcida mista, o absurdo: quando o poder público ajuda a afundar o nosso futebol

por Tarso Duarte (@tarsoduarte) em 26 de Abril de 2017 17:36

Triste, revoltante, absurdo. Quaisquer que sejam os adjetivos escolhidos por aqueles que amam o futebol, que amam o esporte, serão bem colocados para o que foi decidido por conta de uma recomendação do poder público baiano.

Marginais, vagabundos, ladrões e assassinos resolveram utilizar o esporte como desculpa para cometer crimes, e como resposta aqueles que deveriam zelar pela nossa segurança e bem-estar resolveram dar mais um duro golpe naquela que é de longe a maior paixão esportiva dos baianos.

Tricolores e rubro-negros que já precisavam buscar forças para assistir seus times, que não representam da forma adequada os milhões de apaixonados por Bahia e Vitória, irão se afastar ainda mais, sem sombra de dúvidas, do Barradão e da Fonte Nova.

Os programas de sócios-torcedores da dupla BaVi irão sofrer queda no crescimento.

O nível das apresentações em campo, que já não agradam, irão ser ainda mais tristes, perderão em emoção.

Não há benefício para o esporte na decisão tomada pela CBF, apoiando o Ministério Público da Bahia.

Desta história toda, apenas uma coisa boa: a briga e até a desobediência dos dirigentes que estão à frente dos clubes. Neste episódio, tiro o chapéu para Marcelo Sant’Ana e Ivan de Almeida.

Se esta união já fosse uma realidade há mais tempo talvez a luta pudesse ser ganha.

Com os dois times na primeira divisão a ansiedade de outros tempos vinha tomando conta da cidade com quatro clássicos se aproximando. A animação iria aumentar depois do primeiro clássico, no Barradão, mas uma decisão tomada por algumas pessoas - que eu duvido muito já terem chutado uma bola - acabou com a empolgação.

No último clássico, o primeiro de 2017, tivemos torcida mista e dentro do estádio os verdadeiros torcedores mostraram o que é o futebol baiano. É um esporte que desperta as melhores emoções no nosso povo, que é sim capaz de torcer em paz, brincar, agüentar as brincadeiras, comemorar, sofrer. Isso tudo, mais uma vez, assistindo e pagando para ver equipes que não honram, na parte técnica do esporte, essa paixão.

A violência, um problema que está presente em todos os setores da sociedade, é o motivo alegado para o ‘cardeais’ que mandam e desmandam na Bahia para tirar a graça dos BaVis.

 

A torcida única, já está provado, não resolve este problema. As mortes, emboscadas e covardias acontecem mesmo com apenas um dos lados presentes no estádio. É fato. Em outros estados a violência e as mortes continuam mesmo com torcida única.

Ao invés de incentivar a paz, a decisão por torcida única é o poder público dizendo em alto e bom som que se rende aos bandidos.

Tomaram o caminho mais fácil, mas sem eficácia alguma. Tudo decidido por aqueles que pouco atacam o verdadeiro problema, e que através de atitudes que não beneficiam ninguém, ainda prejudicam a essência do esporte.

Aliás, o carnaval de Salvador também corre riscos de sofrer ‘sanções’?

 

Em tempo

Importante lembrar que a decisão ridícula por torcida única não tem apoio da polícia. Apesar das péssimas condições de trabalho a que são submetidos, os policiais através do seu comando se mostraram a favor até da torcida mista.


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