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Por que Jorginho na Seleção Sub-20?

por Aurélio Nunes em 23 de Janeiro de 2013 12:37

O questionamento do título acima foi feito pelo comentarista da Rádio Transamérica FM, Sinval Vieira, com a propriedade de quem, por muito tempo, coordenou as categorias de base do Vitória. "Por que não dar a oportunidade a Carlos Amadeu ou ao Sérgio Araújo?", indagou Sinval, indignado com o que chama de República Paulista no comando da CBF, em substituição ao que chamou de "Turminha da Rua da Alfândega", numa alusão ao domínio carioca sobre a Seleção Brasileira durante a era Ricardo Teixeira.
 
Para além do debate sobre o provincianismo de nossos dirigentes, o questionamento de Sinval remete a um problema ainda mais grave sobre o futuro do futebol brasileiro: a perda crescente de autoridade dos treinadores sobre nossos talentos. A justificativa para a CBF buscar um técnico de time profissional e não júnior para a Seleção Sub-20 é a de que os atletas não respeitam treinador 'desconhecido'. Este foi o diagnóstico da cúpula da CBF para o fracasso brasileiro no Sul-Americano Sub-20. Daí a necessidade de trocar Émerson Ávila por um 'medalhão'. Além de Jorginho, o tetracampeão Branco é cotado para o cargo, mas José Maria Marin diz que a entidade que preside irá entrevistar outros treinadores.
 
Mesmo admitindo-se como válido este ponto de vista, as desvantagens da contratação de um técnico "profissional" para uma equipe "amadora" superam em muito as vantagens. A começar pelo fato de que este treinador, seja Branco, Jorginho ou quem quer que seja, está fora desse mercado, não conhece os principais clubes formadores, não frequenta as principais competições, não sabe quem são os talentos emergentes, a não ser quando eles figuram precocemente como titulares dos grandes clubes. E se o problema é falta de autoridade, basta que a CBF controle com rigor o acesso dos agentes e empresários que circulam livremente pela Granja Comary. E que não faça como Santos, que passou a cabeça na mão de Neymar quando ele se rebelou por ser substituído por Dorival Júnior. A autoridade que a CBF quer impor pode ser alcançada por um técnico desconhecido como o tricolor Sérgio Araújo e o rubro-negro Carlos Amadeu. Basta que para isso lhes seja conferida a mesma autonomia e respeito que hoje fizeram por merecer nos clubes que dirigem. 
 
A propósito, como o assunto é mesmo o provincianismo, não poderíamos deixar de puxar a sardinha para a nossa brasa. Afinal, o futebol baiano, é referência quando se trata de time de juniores: ou será preciso lembrar que o Vitória é o atual campeão da Copa do Brasil Sub-20 e o Bahia foi o único clube a ficar entre os quatro melhores dos dois principais torneios da categoria. Rubro-negros e tricolores estão ávidos para colher os frutos dessa safra abençoada.
 
Aurélio Nunes

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