Bahia e Vitória, que nesta temporada têm a prioritária missão de retornar à primeira divisão, ainda estão muito distante de uma situação competitiva confiável – e quem assim disser estará prestando um desserviço aos dois clubes e ao próprio futebol da Bahia. São torcedores ou cronistas exagerados.

Tomando como parâmetro a Copa do Nordeste, já sem sua terceira rodada, o Bahia é líder do seu grupo, que tem os fracos Campinense/PB, CRB/AL e Globo/RN, pois os três reunidos não devem atingir a folha de pagamento dos tricolores. Ademais, em dois triunfos e um empate, o Bahia foi sofrível, não empolgando em momento algum.

O Vitória, que tem um dos adversários – o América/RN – até de razoável tradição, realiza uma campanha muito deficiente, com dois triunfos e uma derrota, em momento algum tendo mostrado superioridade e futebol qualificado. Neste momento perde a liderança para o próprio América, por ter um saldo de gols menor. Os outros dois rivais de grupo são os esforçados Serrano/BA e Confiança/SE, de poucas perspectivas de classificação.

Os últimos jogos de Bahia e Vitória, realizados na quarta-feira, contra os potiguares do Globo e do América, vencidos pelos baianos por 2x1, explicitaram grandes fragilidades: o Vitória, que jogou em sua casa, o Barradão, teve grandes dificuldades para vencer, levando sufoco nos dois tempos. O Bahia, que jogou lá fora contra o Globo, só teve mesmo de virtude o fato de haver virado o placar nos últimos minutos, com dois gols de Maxi Biancucchi que, de certa forma, ressurgiu após longo tempo de inércia e descrédito. Mas, a imagem que ficou é que o desconhecido time norte-riograndense teve todas as condições de golear no primeiro tempo, quando foi absoluto em campo.

Ainda bem que os dois técnicos – Sérgio Soares e Ricardo Drubscky – não navegaram nas ondas dos ufanistas e fanáticos e disseram, depois de cada jogo, que suas equipes ainda têm muitos defeitos a corrigir.

*Edson Almeida é comentarista esportivo do Galáticos na Itapoan FM