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"Bahia na década das trevas"

por em 10 de Maio de 2010 08:57

Muitos momentos históricos foram marcados por situações de ter posto a humanidade em tempos de grande angústia, de sofrimento e de temor. Podemos citar a Baixa Idade Média, como exemplo. Sendo conhecida como a Idade das Trevas. Teve a duração de 10 séculos. As pessoas eram analfabetas e não havia como estudar. Idade Média foi compreendida por muitos como uma época de retrocesso do pensamento, de atraso intelectual, científico e cultural. Outro bom exemplo foi caracterizado pela idade da incerteza. A história tradicional conta que, entre 1200 a.C. e 700 a.C., a Grécia passou por uma Idade das Trevas. Logo após a famosa Guerra de Tróia, a exuberante civilização micênica, que vivia naquela região, praticamente regrediu à barbárie. O povo foi abandonando as cidades e partiu para o campo. Nesse êxodo, a arte da escrita acabou perdida.

Na área esportiva, podemos perceber alguns momentos de grande tormento esportivo. O Basquete brasileiro não vai a três Olimpíadas, os escândalos de doping na natação (ex: Rebeca Gusmão) e no atletismo estão frequentes, e faz tempo que não temos título no automobilismo da F1. No âmbito do nosso futebol temos os seguintes exemplos: O Brasil teve um jejum de 1970 a 1994 de títulos mundiais. O Corinthians teve jejum de títulos de 1954 a 1977 (exatos 22 anos, oito meses e sete dias). Sendo motivo de piada entre os grandes clubes do país, passou a vencer mais. O Palmeiras passou dez anos sem conquistar o título paulista. Desde 1989 o Botafogo não ganhava um título estadual. Estes são alguns poucos exemplos de tipos de "Idades das Trevas" que podemos citar agora.

Daí chegamos ao assunto que queríamos abordar: "A Década das Trevas do Esporte Clube Bahia". A cidade amanhece mais uma vez triste! A alegria se torna cada vez mais escassa na Cidade do São Salvador. Rostos amarrados, olhares perdidos, passos sem firmeza. Estes são alguns aspectos em que vive a Grande Nação Tricolor. Este é um momento impar na história sempre (agora, quase) vitoriosa deste gigante dos gramados brasileiros. Sua história confundiu-se com sentimentos de admiração, respeito e medo dos adversários ao aportarem na grande e adormecida Fonte Nova. Os primeiros 10 anos do Bahia foram quase que inimagináveis para o torcedor fiel do Bahia.

No próximo dia 19, o Bahia comemora 20 anos da conquista do campeonato nacional e tivemos 50 anos do título de 1959. Exatamente nestes 10 anos tivemos o seguinte retrospecto: 1 baiano e 2 campeonatos do nordeste. Qual, então, foi o motivo de não se conquistar mais campeonatos? Deixando até de conquistar títulos estaduais. Quais foram os motivos de o clube estar nessa situação? Muitos motivos são elencados neste momento, como: depois do título de 1988, por que não teve o investimento ou renovação adequada no quadro do Bahia?; O que realmente houve com o terreno do Iguatemi que poderia ser o estádio do Bahia?; Qual é a razão da perpetuação de alguns "torcedores" na diretoria do Bahia? Qual é a razão de não estimular eficazmente o sócio-torcedor?; Por que razões estão protelando um novo "regime" interno do clube; Que forças estão sendo formadoras de uma visão amadora no quadro diretivo?; O Marketing existe?; Será que a famosa frase de Paulo Maracajá teve alguma coisa com tudo isto: "Vamos fazer a barba, o bigode e o cabelo!". Será que o Título do brasileiro de 1988 foi mais maléfico do que benéfico?

Estas são algumas poucas perguntas que ninguém quer responder. Mas a principal é a seguinte: "Por que ninguém que abrir ou romper com esta caixa preta?". Só tenho certeza de alguns poucos fatos, que são os seguintes: Campeonato Brasileiro 1988 Taça Brasil 1959 Campeonatos Estaduais 1931, 1933, 1934, 1936, 1938, 1940, 1944 e 1945, 1947, 1948, 1949, 1950, 1952, 1954, 1956, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1967, 1970, 1971, 1973, 1974, 1975, 1976, 1977, 1978, 1979, 1981, 1982, 1983, 1984, 1986, 1987, 1988, 1991, 1993, 1994, 1998, 1999, 2001. Copa Norte-Nordeste 1948, 1959, 1961 e 1963 Copa do Nordeste 2001 e 2002. Tudo está sendo esquecido o relembrado quando o Bahia tem um tropeço. O principal fato que quero abordar é que esta década das trevas já está marcado, como uma "ferroada" na história. A torcida teve o seu aumento praticamente estagnado. Mesmo sendo conhecida pelo seu apoio incansável ao time, seja nos momentos bons ou ruins do clube.

O IBOPE, expõe que é detentora da maior torcida da Região Norte-Nordeste. Sem contar com a sua história de elencos com muitos craques e artilheiros. No gol, quem mais vestiu a camisa do Esquadrão de Aço foi Emerson, com 251 partidas, sendo destas, 169 seguidas como titular. Além dele, Jean e Nadinho foram os que mais passaram e marcaram no Tricolor. Na defesa, grandes nomes como o de Daniel Alves, João Marcelo, Juvenal Amarijo, Serginho, dentre outros, foram revelados ou passaram e se destacaram muito. No meio-campo, Beijoca, Douglas, Jorge Wagner, Baiaco vestiram a camisa do Bahia e não decepcionaram. Mas foi Bobô o grande maestro do Bahia. Ele foi o capitão e comandante da equipe campeã do Campeonato Brasileiro de 1988. No ataque, nomes que fizeram e fazem sucesso na atualidade, como os de Charles Fabian, Cláudio Adão, Dadá Maravilha, José Sanfilippo, Marcelo Ramos, Nonato, Carlito, Osni Lopes, Raudinei, Robgol, Sérgio Alves, Uéslei e Zé Carlos, além de Léo Briglia, artilheiro da Taça Brasil de 1959, foram os grandes centroavantes que passaram pelo tricolor. Em suma, quem devemos fidelidade afinal? Ao Bahia; A nossa família, que fica nos aguentando? A esta "diretoria"? A nossa "sanidade"? Ou a nós mesmos?

Eu não sei realmente, mas percebemos que em um futebol bipolar, como o nosso, a idéia de amor, paixão, fidelidade, estão cada vez mais atacados pelos "comandantes" desta Nau. Só sei que mais um elemento está cada vez mais frequente em nossas vidas: A violência dentro e fora dos estádios de futebol. Infelizmente! Será que ao invés de importar competências, estamos importando do chamado "sul" do país a raiva, o terror, o medo e o desrespeito pelo ser humano? Pode ser reflexo da sociedade, pode ser o desemprego, pode ser a deficiência educacional, mas devemos entender que esta década das trevas também tem um pouco de influência, mesmo mínimo que for. Voltemos ser conscientes do que é futebol é paixão, mas-antes de tudo- é lazer com muita paz e respeito (claro, a gozação é normal). Para que esta década das trevas não se perpetue em outras áreas. Vamos meu baêaaaaa, minha porrrrrra!!!

Obrigado pela atenção! Tricolor sempre Fiel (Alex Meneses)    

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