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Breve histórico do Estádio da Fonte Nova

por Thiago Palma em 09 de Março de 2010 21:24

BREVE HISTÓRICO DO ESTÁDIO OCTÁVIO MANGABEIRA (FONTE NOVA) PARTE I

Do Campo da Graça ao Estádio da Fonte Nova e a Copa do Mundo (1950) que não veio para a Bahia.


        Inaugurado pelo então governador J.J. Seabra, o Campo da Graça foi de fundamental importância para o desenvolvimento do futebol baiano. Ali ocorreram grandes eventos futebolísticos, inclusive o primeiro jogo da Seleção Brasileira de futebol, na Bahia, em 1934. Com a popularização do futebol, que a cada década crescia mais, o Campo da Graça já não atendia às necessidades desse esporte, sendo necessário que se construísse um novo estádio.

 

A Copa do Mundo da FIFA, competição mais importante do futebol mundial, teve no ano de 1950 como país sede o Brasil. As duas edições da década de 40 (1942 e 1946) não aconteceram, em virtude da Segunda Guerra Mundial existente na Europa, o que impossibilitou a realização do evento, já que alguns países que certamente participariam da Copa encontravam-se envolvidos no conflito mundial. A FIFA tinha um grande interesse em retomar tal evento após o final da guerra, entretanto encontrou dificuldades para voltar a realizá-lo, uma vez que muitos países argumentavam que depois de uma catástrofe grandiosa os recursos deveriam ser destinados a outros fins. O Brasil então enviou uma proposta, demonstrando o seu interesse em organizar o evento, sendo atendido.

 

Tendo gerado grande alegria à nação brasileira, em virtude de ter sido realizada em solo brasileiro, a Copa de 50 também causou decepção e desespero ao nosso povo, esperançoso que estava de conquistar pela primeira vez o campeonato mundial, o que acabou não acontecendo, pois a Seleção Brasileira, que jogava pelo empate contra o Uruguai, sofreu a sua pior derrota na história em pleno Estádio do Maracanã. Apesar da segunda colocação no torneio, melhor posição conseguida pelo Brasil, até aquele momento, na história das Copas, os torcedores não se conformaram com derrota no maior estádio do mundo, cuja partida contou com a presença de mais de 200 mil espectadores, 10% da população da então Capital Federal. Diante de tão grande decepção, alguns torcedores extravasavam sua revolta com atos de vandalismo. O impacto da derrota sofrida na final foi muito forte, que a partir da Copa seguinte (1954), a Seleção Brasileira, que até então utilizava como uniforme número um a camisa branca, passou a utilizar a famosa camisa canarinho, o que se mantém até os dias atuais.

 

As cidades brasileiras que sediaram os jogos da Copa de 50 foram: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Cutitiba, Porto Alegre e Recife. A  Cidade do Salvador, que não tinha uma praça esportiva adequada para que os jogos fossem realizados, não pôde ser uma sub-sede. Apesar de já se encontrar em andamento a construção do Estádio da Fonte Nova, que teve início nos anos 40, é importante esclarecer que o projeto de criação desse novo estádio baiano não foi elaborado visando sediar jogos de uma Copa do Mundo, e sim porque o Campo da Graça já não tinha mais estrutura para abrigar grandes eventos esportivos. É inegável que o crescimento e a popularização do futebol no Estado da Bahia exigia um novo estádio. As arquibancadas de madeira do Campo da Graça, que abrigaram inúmeros torcedores durante trinta anos (1920–1950) já não eram suficientes para comportar grandes eventos futebolísticos.

 

As obras de construção da nova praça esportiva começaram a partir da década de 40. O Estádio da Bahia, que depois passou a chamar-se Estádio Octávio Mangabeira, popularmente conhecido como Fonte Nova, teve a sua obra concluída em 1951, com apenas um anel de arquibancadas. No livro Bahia de Todos os Fatos, organizado pelo historiador baiano Fábio Paes, destaca-se a inauguração do Estádio da Bahia (A Fonte Nova é entregue ao público no dia 28 de janeiro de 1951) como motivo de festa para os 25 mil torcedores que estiveram presentes para assistirem Botafogo-BA x Guarani-BA.

 

Após 20 anos (1971), na gestão do então governador Luiz Vianna Filho, foi reinaugurada e entregue uma Fonte Nova ainda mais moderna, com um segundo anel de arquibancadas, tornando-se, assim, umas das praças esportivas mais modernas do Brasil. Por se tratar de um assunto muito importante e complexo, já que envolve esporte e política, tal evento será abordado com mais profundidade na II parte do artigo.

 

Thiago Palma Pacheco – Historiador

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